Jorge Machado Moreira

Jorge Machado Moreira nasceu em Paris no dia 23 de fevereiro de 1904. Formou-se na Escola Nacional de Belas Artes em 1932, no Rio de Janeiro, após ter começado seus estudos na Escola de Arquitetura de Montividéu, no Uruguai.
Participou, em 1935, juntamente com Ernani Vasconcellos, do concurso para a realização do edifício do Ministério da Educação e Saúde (MES), propondo um projeto modernista que foi desqualificado pelos jurados que eram a favor da corrente acadêmica historicista. Em 1936, foi chamado por Lúcio Costa para participar da obra do MES e de um estudo para o campus da Universidade do Brasil, na Quinta da Boa Vista, ambos tendo como consultor Le Corbusier. Venceu, em 1944, um concurso para a sede administrativa da Viação Férrea do Rio Grande do Sul, juntamente com Affonso Eduardo Reidy, porém o projeto nunca chegou a ser construído.
Sofreu, em meados de 1962, um grave acidente automobilístico que o fez se afastar da arquitetura. Teve sua carreira marcada também pelas participações em órgãos de classe e comissões públicas.


Campus da Universidade do Brasil
Foi instituída em 1939, a Comissão do Plano da Universidade do Brasil, com diversos arquitetos modernistas, como: Oscar Niemeyer, Jorge Machado Moreira, Hélio Uchoa e Carlos Leão. A intenção era dar início aos projetos de edifícios do futuro campus. O terreno, antes cogitado, era o da Quinta de Boa Vista que, logo foi descartado.
Em 1945, foi aprovada pelo governo federal a fusão e aterro de um complexo insular de oito pequenas ilhas perto da Ilha do Governador na Baía da Guanabara. Nessa ilha, denominada de Ilha do Fundão, seria colocado o campus da Universidade do Brasil. Jorge Machado foi então nomeado o líder da equipe, sendo o arquiteto-chefe, do Escritório Técnico de Universidade do Brasil (ETUB).
Jorge Machado organizou dez grandes centros ao longo da ilha em uma linha linear, sendo eles: administração/filosofia, ciências, letra e educação/ciências sociais, políticas e econômicas/centro médico/engenharia, químico, tecnológico e de física nuclear/belas artes e arquitetura/educação física/residências estudantis/serviços auxiliares e por fim o centro florestal.
Machado contou com a ajuda do paisagista Burle Marx no projeto de toda a área verde do campus. Era possível notar a presença de lembranças relacionadas a Le Corbusier em seus edifícios, principalmente no Hospital Universitário e na escola de arquitetura, como citam Roberto Segre e José Barki, no artigo “O campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro: uma história sem fim”.
A qualidade do projeto foi reconhecida, tanto que ganhou a Medalha de Ouro na Exposição Universal de Bruxelas, em 1958. O instituto de Puericultura e Pediatria, juntamente a Escola de Arquitetura, receberam, respectivamente, o primeiro prêmio nas II e IV Bienais Internacionais de São Paulo, em 1953 e 1957.

O longo período militar desfavoreceu o Campus, tornando-o vazio. Com edificações dispersas e isoladas, "ilhas" dentro de uma ilha, com manutenção deficiente — referidas como "ruínas modernistas" (JAGUARIBE, 1998:131). A grandiosidade dos edifícios, projetados pensando em um país moderno, era capaz de acomodar a população universitária, que em 2008 chegou a 53 mil habitantes. 

Vista da Ilha do Fundão, onde foi implantado o Campus da Universidade do Brasil.
Implantação da Universidade do Brasil na Ilha do Fundão, mostrando os dez grandes centros ao longo do eixo linear.
Plano geral de desenvolvimento da Universidade do Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SEGRE, Roberto; BARKI, José. O campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro: uma história sem fim. Disponível: http://unuhospedagem.com.br/revista/rbeur/index.php/shcu/article/view/1316. Acessado em 27 de março de 2015


Grupo: Ana Cristina S S Mendes e Tiago Homem

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