Affonso Eduardo Reidy
Affonso
Eduardo Reidy (1909 – 1964) foi um dos importantes arquitetos modernos, apesar
de ter a nacionalidade francesa, viveu a vida toda no Brasil. Estudou na Escola
Nacional de Belas Artes (ENBA) no Rio de Janeiro, foi estagiário do francês
Donat Alfred Agache, foi diretor do departamento de urbanismo da cidade do Rio e
reelaborou o plano diretor. Em grande parte da sua vida foi funcionário
público, o que lhe ajudou a ser caracterizado como arquiteto social, preocupado
com as classes populares.
Reidy
participou de uma época de grandes mudanças no país, onde estavam buscando uma
reestruturação na política, tentando criar um homem diferente, moderno. O
arquiteto sofreu grandes influências de Le Corbusier, Agache, Mies Van Der Rohe
entre outros. Suas obras são caracterizadas pelos vãos livres, os pilotis, uso
do material em sua forma original, uso do vidro e áreas livres com jardins,
onde ele sempre trabalhou com Burle-Marx. Contribuiu bastante para o país com
suas obras, e alguns exemplos relevantes foram o MAM – Museu de Arte Moderna do
Rio de Janeiro, O Teatro Armando Gonzaga e o Conjunto Residencial Prefeito
Mendes de Moraes – Pedregulho.
A
sede do MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro foi projetada, em 1950,
em uma nova área de lazer da cidade, o aterro do Flamengo. Reidy então propôs
três blocos para o museu: um de escola, um bloco de exposições e um teatro. O
bloco de exposições foi feito em concreto aparente com 14 pórticos em forma
trapezoidal, cabos de aço e pilares em forma de “V”, que desbloqueia o vão
central e permite a vista e a passagem para a baía. O término do bloco de
exposições se deu em 1968, e dez anos depois ele sofre um incêndio tendo perdas
incalculáveis. Foi então reinaugurado, em 1982. O bloco do teatro não chegou a
ser construído na época e, em 2005, o grupo Tom Brasil em parceria com a rede
de telefonia Vivo retomou a construção. O projeto sofreu alterações e levantou
criticas e discursões, hoje funciona como casa de shows com capacidade de
receber 2500 pessoas sentadas e 5000 pessoas em pé.
Fachada MAM. Fonte: disponível em: <http:// |
Vista MAM.
Fonte: disponível em: <http://www.archdaily.com.br/
|
No
Rio de Janeiro, em 1947, a prefeitura resolveu construir um conjunto de
alojamentos e serviços anexos no bairro São Cristóvão. Era destinado aos
funcionários municipais de baixa renda e o conjunto visava constituir uma
unidade residencial completa e autônoma, que dispunha de serviços comuns e
necessários à vida diária dos moradores como os blocos de habitação, um mercado,
escola primária, posto de saúde, creche, jardim de infância, ginásio, piscina,
e lavanderia mecânica, essa última com máquinas importadas da Alemanha. A
preocupação de Reidy com a insolação e a ventilação, fez com que projetasse os
blocos habitacionais sobre pilotis, proporcionando áreas abrigadas e ventiladas
ao mesmo tempo. O projeto paisagístico é de Roberto Burle Marx e os painéis
artísticos, de autoria de Candido Portinari.
Affonso Eduardo Reidy, Conjunto Residencial do Pedregulho, Rio de Janeiro,1947. Fonte: EAD/PUCV < http://www.archdaily.com.br/ |
Pedregulho, Vista do bloco residencial Fonte:Bonduki (2000). |
O
Teatro Armando Gonzaga foi inaugurado em 19 de abril de 1954, tendo seu nome em
homenagem ao dramaturgo e jornalista Armando Gonzaga. A edificação ocupa um
quarteirão inteiro no subúrbio do Rio de Janeiro, em 1996, passou por uma
reforma que possibilitou a modernização da sua estrutura e um conforto para seu
público, sendo o teatro considerado uma importante opção de lazer para a
cidade. O teatro apresenta uma volumetria leve, com o telhado com caída para o
centro da edificação, em seu interior, Reidy propõe um foyer com mezanino tendo
seu acesso por escadas em caracóis, camufladas por paredes de volumes curvos,
onde estão localizados os banheiros de forma simétrica. Reidy propõe também a
entrada dos artistas e funcionários pela parte posterior do teatro, que gera
uma certa privacidade para eles. Em seu projeto do teatro os jardins são de
autoria de Roberto Burle Max.
Affonso Eduardo Reidy, Teatro Armando Gonzaga, Rio de Janeiro,1950. Fonte: Bonduki (2000). |
Affonso Eduardo Reidy, Teatro Armando Gonzaga, Rio de Janeiro,1950. Fonte: Bonduki (2000).
REFERÊNCIAS
|
CAVALCANTI, Lauro. 1954. Moderno e brasileiro: a história de uma nova
linguagem na arquitetura, (1930-60). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,2006.
246p.
Clássicos
da Arquitetura/ Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro/ Affonso Eduardo Reidy.
Disponível em:
<http://www.archdaily.com.br/br/758700/classicos-da-arquitetura-museu-de-arte-moderna-do-rio-de-janeiro-affonso-eduardo-reidy>,
acesso em: 29/03/2015.
Clássicos da Arquitetura: Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes
(Pedregulho) / Affonso Eduardo Reidy. Disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/01-12832/classicos-da-arquitetura-conjunto-residencial-prefeito-mendes-de-moraes-pedregulho-affonso-eduardo-reidy
> Acesso em: 25/03/2015
CONDURU, Roberto. Razão em forma: Affonso Eduardo Reidy e o espaço
arquitetônico moderno. Revista de
pesquisa em arquitetura e urbanismo, São Paulo, v.2, 2005. Disponível em:
<http://www.iau.usp.br/revista_risco/Risco2-pdf/art2_risco2.pdf> Acesso
em: 25/03/2015
Teatro
Armando Gonzaga. Disponível em:
<http://www.cultura.rj.gov.br/apresentacao-espaco/teatro-armando-gonzaga>
Acesso em: 25/03/2015.
GRUPO: Luis Henrique Colen e Camila Soraggi
Comentários
Postar um comentário