Restauro e as questões de "descaso" do IPHAN
O tema escolhido aborda uma questão muito
polêmica: a forma como o restauro ainda hoje é feito e aprovado no Brasil. Por
intermédio de textos, experiências internacionais e estudos de como a
preservação do patrimônio é aplicado, estamos propondo uma análise crítica às constantes
aprovações de projetos pelo órgão responsável, IPHAN, que muitas vezes, se
encontram fora dos parâmetros do restauro descritos na Carta de Veneza, na
Teoria Brandiana dentre outros, abrindo pauta para uma discussão mais intensa
em relação à formação dos profissionais que trabalham e aplicam ao patrimônio
conceitos individuais, sem fundamentos teóricos e principalmente não contemporâneos,
a obras que possuem significado histórico, artístico e cultural.
Utilizamos como exemplo o Teatro São Pedro de
Laranjeiras - SE, e concordamos com a crítica feita pela Prof. Maria de Betânia
Uchôa Calvalcanti Brendle em “Carta sobre o Patrimônio Cultural do Brasil”,
publicada no site Vitruvius, onde ela apresenta o modo como o “restauro” do
Teatro citado foi aprovado e realizado pelo IPHAN e as polêmicas desencadeadas
por tal ação.
Ainda hoje, temos dificuldades para encontrar
edificações restauradas em nosso país que não seja um pastiche, fachadista ou
falso histórico. O caso do Teatro, se torna uma intervenção à parte, e que não
se enquadra nem mesmo nos exemplos negativos citados acima. A nossa opinião a
respeito desta intervenção é que na verdade, não houve restauro, e nem sequer
uma tentativa respeitosa de consolidação das ruínas, e sim, a apropriação das
lacunas deixadas pelo antigo Teatro onde se construiu uma nova Edificação
totalmente desconexa da antiga. Assim, fica claro que não se seguiu nenhuma
teoria, nenhum conceito e nenhuma Carta nesta intervenção.
É difícil fazer com que as pessoas compreendam
que restaurar não é reconstruir de forma mimética, ou até mesmo totalmente não
conforme como no caso do Teatro, e sim consolidar aquilo que já existiu num
dado momento, mesmo que já em ruínas (com técnicas e materiais apropriados) mas
que de certa forma, fazem parte da história de um determinado local. Mais
difícil ainda, é fazer com que a população compreenda a importância de tal
arquitetura, de demonstrar que o antigo serve sim de referência, e que a
história deve ser conservada.
Uma proposta de intervenção deve ser no mínimo
respeitosa, e para esta ação, a escolha dos materiais utilizados é crucial.
Ainda no texto, a autora expõe o projeto de uma de suas alunas e que se mostra
mais sensato do que o executo pelo IPHAN , onde o edifício é reabilitado com
materiais contemporâneos sem a danificação de sua estrutura original, havendo
uma integração do antigo com o novo.
Link: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/14.171/5314
Grupo: Larissa Faloni, Lidiane Leite, Gustavo Zimmermann e Eduardo Barbosa
O tema do restauro de obras arquitetônicas no Brasil ainda é tratado de maneira imatura pelos órgãos responsáveis, uma vez que buscam incentivos em modelos desenvolvidos por países de culturas diversas ou se restringem ao estímulo da repetição do modelo construído outrora, como se tratasse de uma montagem de cenários urbanos históricos.
ResponderExcluirRepensar as especificidades da arquitetura nacional e não confundir preservação com reprodução talvez sejam critérios iniciais para uma postura mais responsável e coerente para com a geração atual e as que se seguirão, no que diz respeito à apropriação e edificação do espaço habitado.
Restaurar um prédio requer um conhecimento em restauro muito amplo, seguindo as regras e utilizando os materiais apropriados. O texto discute a falta de profissionalismo do IPHAN ao aprovar projetos fora dos parâmetros do restauro descritos na Carta de Veneza, na Teoria Brandiana, entre outros. Como exemplo, vimos o Teatro São Pedro de Laranjeiras, no Sergipe, que é um exemplo obvio dessa falta de consideração ao patrimônio histórico e a todo o seu significado. O teatro recebeu em seu lugar um edifício totalmente fora do “tema” e desconexo ao seu significado, mostrando que apesar de aprovado pelo IPHAN, não demonstra ter seguido nenhum dos parâmetros de restauro ou sequer alguma Carta de Intervenção. No texto usado de apoio, no site Vitruvius, podemos ver a diferença entre o projeto de uma aluna, recém-formada em arquitetura que apresentou um projeto de restauro muito mais coerente do que o aprovado pelo IPHAN, dando a entender que ainda há esperança para o futuro, onde alunos como ela, irão executar os padrões pedidos na restauração de um projeto. O descaso do IPHAN foi, nesse caso, obvio, basta olhar as fotos do Teatro antes e o projeto que está sendo executado. Os casos são amplos e se estendem a diversos países no Brasil. Esperamos que jovens como a Isadora Santana, que propôs um ótimo projeto ao Teatro, continuem lutando para que assim possamos ter a historia de nossas cidades preservadas.
ResponderExcluirRealmente a manutenção de edifícios históricos é algo de suma importância para a preservação do patrimônio histórico e cultural. Um fato interessante é que apesar de muitas reformas e processos de restauração, que muitas vezes trazem uma nova função ao edifício, tendem a manter as características predominantes, mantendo o aspecto antigo. Essa ação é muito positiva pois garante uma função atual ao edifício ao mesmo tempo em que conserva o patrimônio.
ResponderExcluirJoão Guilherme Saracini Baldan
Infelizmente em nossa País a questão de restauração não é vista e realizada de forma adequada. Muitas vezes isso ocorre devido a uma cultura massificada de demolir e construir um novo edificio, ao invés de preservar o antigo.Assim como a falta de incentivo e dinheiro público destinados ao mesmo, e os profissionais inadequados que quando restauram, o fazem de forma erronea. Existem diversas tentativas dos profissionais da área de regumelamentar adequadamente e de aumentar o número de edificios preservados.
ResponderExcluirTodos nós conhecemos em nossas cidades, alguma edificação de importancia historica e abandonada pela prefeitura. É preciso valorizar mais a cultura, memória e historia nossa, restaurando de forma fiel os projetos que temos tão importantes em nosso território.