Emprego de Técnicas Sustentáveis na Arquitetura Contemporânea

É notável que a construção civil tem evoluído e apresentado grandes avanços tecnológicos e, junto a esse avanço, ocorreu uma mudança no papel da arquitetura. Atualmente, a arquitetura tem sido empregada como uma “marca”, ou “grife”, sob o nome de grandes empresas e arquitetos, se apresentando como um padrão que descarta as necessidades especificas de cada lugar, clima, terreno e entorno, e replica em diversos locais os “modismos” promovidos por essas marcas.

Em contrapartida, surgem as discussões relacionadas ao equilíbrio para o desenvolvimento urbano. As questões ambientais apresentam cada vez mais destaque, como problemas de diversos países, sejam eles desenvolvidos ou não. Devido ao fato de a relação entre o urbano e o uso de recursos fornecidos pelo ambiente, e a dinâmica social e econômica estarem perigosamente próximas ao esgotamento, surgem alternativas ao sistema urbano atual.

Dentre as várias alternativas ao sistema vigente estão a produção de “energia limpa” com tecnologias que utilizam a energia solar, eólica ou até mesmo o movimento das marés, a construção de prédios verdes, que auxiliam na renovação do ar, o emprego de técnicas avançadas de tratamento de água, e mesmo o uso de tecnologias simples como o uso de pigmentos reflexivos nos telhados ou melhores mecanismos de vedação como redutores de consumo de energia, por exemplo. A destinação de resíduos torna-se, também, uma das grandes temáticas da sustentabilidade. A reportagem “Energias renováveis para cidades sustentáveis”, de Eduardo Athayde, publicada em dezembro de 2012 pela revista Época cita o caso de “Tel Aviv, a maior área metropolitana de Israel, em que toda água do banho e da descarga vai para o maior complexo de tratamento do Oriente Médio, o Shafdan, movido a energia limpa, onde o esgoto é bombeado para dentro da terra e novamente retirado, passando por tratamentos físicos, químicos e biológicos, para ser purificada e recuperada.”

Todas essas medidas são incipientes, necessitam de grande avanço e expansão, mas são cada vez mais empregadas. Um exemplo muito válido e positivo no Brasil é a campanha “Assina Prefeito”, do Programa Cidades Sustentáveis, citada na reportagem, em que os futuros prefeitos assinam uma carta de compromisso por cidades justas e sustentáveis, em que conhecem políticas de sustentabilidade que deram certo no mundo todo, as quais podem ser empregadas no Brasil, para que assim possam criar planos de sustentabilidade em suas cidades.

Os avanços das tecnologias ditas sustentáveis já são suficientes para que possamos apresentar mecanismos mais eficientes de gestão de recursos, falta apenas que o interesse em sua implantação seja maior, que tanto o Estado quanto a iniciativa privada passem a levar em conta essa demanda com mais seriedade, e tornem sua aplicação uma das principais prioridades dos centros urbanos na atualidade. 

Links relacionados:
http://colunas.revistaepoca.globo.com/planeta/2012/12/11/energias-renovaveis-para-cidades-sustentaveis/
http://colunas.revistaepoca.globo.com/planeta/2012/08/25/sociedade-civil-lanca-metas-de-sustentabilidade-para-candidatos-a-prefeito/

Grupo: Estela Duarte, Laila Gonçalves, Maria Cecília Capuchinho, Rachel Carneiro







Comentários

  1. A questão é complicada em um cenário onde a auto construção é tão presente tanto pelo fator renda quanto pela cultura estabelecida, afastando o profissional que pode propor estas estratégias. Deve-se portanto não apenas criar pequenos modelos a serem copiados como tem sido feito, mas difundir métodos e tecnologias para todos os setores sociais e reforçar a importância do arquiteto. Políticas públicas de incentivo são essenciais, tanto na forma de incentivos para a população em geral quanto na obrigatoriedade que pode estar presente em medidas compensatórias da construção de grandes estabelecimentos comerciais ou industriais. A incorporação destas técnicas também pode ocorrer nos grandes conjuntos de habitação popular, fazendo com que estejam mais presentes no dia a dia e que seus benefícios sejam percebidos.

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  2. Existe uma enorme gama de possibilidades no campo da sustentabilidade aplicada à construção desde uma simples instalação inserida em uma habitação comum, como por exemplo uma instalação de aproveitamento de água de chuva, até aplicações em grande escala executadas com sucesso, como casas e vilas inteiras sustentáveis em vários países, que se provaram eficientes. Porém, o que se vê necessário é uma aplicação em larga escala, visto a situação ambiental atual, quando se percebe a necessidade de convivência saudável do homem com a natureza, pelo bem maior. A tendência é que cada vez mais se utilize de técnicas sustentáveis na construção, o que depende de uma ampla transformação cultural-social no modo de viver dos indivíduos, e gradativamente se mostra fundamental.

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  3. O tema proposto pelo grupo é muito atual e deve ser abordado sempre que possível nas discussões de arquitetura e de urbanismo.
    A sustentabilidade é um tema amplo e muito abrangente. Há muitas formas de ser sustentável, como o próprio texto exemplifica.
    É valido ser sustentável em apenas um quesito, como por exemplo, reutilização de água da chuva. Mas não basta que apenas poucos o façam. Se na cidade há implantação de sistemas sustentáveis em maior escala é possível que em não muito tempo outros tipos de mecanismos vão se incorporando, e aos poucos quem apenas reutilizava a água da chuva, comece a tomar novas atitudes e ter novos hábitos, como utilizar menos os carros e mais os transportes públicos, implantar uma forma alternativa de energia limpa, diminua a produção de lixo, enfim, que aos poucos ser sustentável faça parte de uma rotina comum nas casas e na cidade como um todo.

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  4. É necessário que haja um movimento educacional voltado para a comunidade e seus dirigentes , par aque se façam políticas públicas eficientes de crescimento da cidade voltado para sua eficiência energética, tanto no sentido de novas construções e ocupações como na requalificação de áreas já ocupadas, com ações básicas como o tratamento do esgoto doméstico e a destinação correta aos resíduos sólidos, questões tão necessárias no contexto em que vivemos

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  5. Além das técnicas citadas pelo grupo, ainda podem se destacar as técnicas construtivas resgatadas do desuso, como o pau a pique, o adobe, etc. Essas opções de materiais e técnicas constituem também uma atitude sustentável em relação à arquitetura. Por se utilizarem de recursos naturais, não industrializados e muitas vezes extraídos dos locais em que se vai construir, além da economia monetária, também deixam de ser gastos combustíveis fósseis no transporte de materiais, compostos químicos poluentes, entre outros produtos nocivos ao meio ambiente

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  6. Muitos arquitetos famosos brasileiros, hoje, não fazem nada de diferente, do que faziam os maneirista dos meados do renascimento ou os “novo empiristas” holandeses da década de 1960, quando trabalham habitações ou até mesmo projetos maiores, valorizando o clima e a topografia e cultura local e às vezes até exploram a reprodução formal e conceitos estéticos que eram postos em prática lá na outra metade do hemisfério (em regiões que têm estações super definidas inclusive com a presença de neve).
    A arquitetura contemporânea brasileira, com raras exceções de personalidades, ainda caminha à sombra das vanguardas. Independente de que época seja, sem qualquer tipo de autocrítica. Buscando apenas alguma fama e um status quo ilusório calcado em realizações vitoriosas alheias.

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  7. O que percebo hoje é a preocupação com sistemas de alta tecnologia quando o assunto é sustentabilidade.Essa palavra nos últimos anos passou a ser ''moda'' nas edificações, principalmente nos empreendimentos para a venda. Acredito que o emprego da sustentabilidade nas edificações não necessita de grandes tecnologias e tão pouco de muito investimento. A sustentabilidade tem que ter início nas ações de cada indivíduo, pois do que adianta um sistema de captação da água de chuva se não tenho consciência para gastá-la? Do que adianta instalar um sistema de aquecimento solar se fico horas no banho? Do que adianta morar em uma edificação "sustentável" se no meu dia a dia nem o lixo orgânico eu separo? Ainda está em tempo de nós refletirmos mais sobre a nossa real postura perante a palavra SUSTENTABILIDADE.

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  8. O tema da arquitetura sustentável tem sido bastante questionado.
    Ultimamente, edifícios que utilizam-se da forma de produção conhecida como "high tech" tem recebido importantes selos de sustentabilidade. Entretanto, alguns desses selos não possuem critérios de fato eficientes para avaliar os produtos e construções. Os materiais "high tech" são, além de tudo, mais caros que os "low tech" - considerados de baixa tecnologia aplicada. A definição de arquitetura sustentável a partir de conceitos como luzes controladas por computador e aberturas de ventilação com formas modernas e materiais arrojados que ajudam a economizar energia, preservar o ambiente e etc. não é a mais adequada. Essa alta industrialização deixa a entender que uma construção sustentável é aquela repleta de tecnologias avançadas, com suposta auto eficiência energética e supostos materiais ecológicos. Na verdade, a arquitetura de fato sustentável é totalmente oposta à essa situação: o edifício genuinamente verde deve recusar o que é gratuito e conseguir avançar segundo o desafio de obter os mesmos fins da tecnologia, porém de forma mais simples e econômica - utlizando-se portanto de técnicas e materiais considerados "low tech".

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