Edifícios multifuncionais (Híbridos)
O artigo escolhido trata do que
houve nas grandes cidades, no cenário urbano e no contexto atuais, da
necessidade de enfatizar e estimular a criação de um novo método construtivo
que atenda a uma gama de quesitos. A criação dos edifícios multifuncionais,
também conhecidos como híbridos, aprimora o
conceito do “modus vivendi”, ainda restrito à metodologia projetual já
obsoleta das propostas modernistas.
Segundo Thayana Ferreira, no artigo disponível no link abaixo, “Os
edifícios multifuncionais são aqueles que conjugam diferentes usos no mesmo
projeto, independentes entre si, cada um com sua própria gestão. Os edifícios
multifuncionais são como cidades verticais, onde o objetivo é criar intensidade
e vitalidade para as cidades, atrair pessoas e favorecer a mistura e a
indeterminação.” De acordo com a autora, há uma crescente investida em
edificações que aglomerem, cada vez mais, diversos programas específicos dentro
de um só projeto. Alem da diversidade de programas que uma edificação multifuncional
possui, um mesmo espaço pode servir para dois ou mais programas. São os
chamados espaços de uso múltiplo.
Dentro dessa vertente de pensamento, a nova metodologia projetual e a consolidação
crescente das edificações multifuncionais ou híbridas pretendem ser a “semente
da regeneração urbana das cidades”. Onde a permeabilidade entre espaço público
e privado sejam incentivadas a fim de fazer a cidade funcionar de forma mais
espontânea e inesperada gerando uma visão mais ampla e mais deshierarquizada do
que acontece hoje nos espaços urbanos.
Entretanto, apesar de sermos adeptos do rompimento de
hierarquias, nos deparamos com inúmeros problemas, que são naturais em qualquer
tipo de proposta que tenha a intenção de novas mudanças, pois elas nunca são
fáceis. Em outras palavras, a execução de projetos híbridos, ainda têm um custo
muito elevado. O retorno desse gasto é a longo prazo. E no mundo cada vez mais
veloz e instável, os investidores optam por retornos financeiros com resultados
mais imediatos, sendo assim, muitas das possibilidades criadas pelos arquitetos
dessa vertente teórica, ficam no campo projetual e utópico, como aconteceu por
exemplo com os arquitetos do Archigram, que lançaram-se 40 anos no futuro e até
hoje ainda inspiram as novas gerações com ideias tecnológicas que hoje são
concretizadas mesmo que por paráfrases, mas na época não conseguiram construir
absolutamente uma obra sequer. Se não estão nesse campo, estão muito no patamar
do chamado “Alternativo” que hoje assume um tom pejorativo, por se resumir quase
sempre em micro urbanismo, com soluções já repetitivas para locais públicos,
sempre com a mesma temática, na maioria das vezes, praças de domingo quase
sempre feitas com pallets dispostos em módulos. Outra questão é: Qual mão de
obra faria esse tipo de obra. A tradicional? É possível um mecânico reparador
de freios de bicicletas entender como funciona e operar com as mesmas
ferramentas, por exemplo, o sistema
pneumático de conduítes hidráulicos de um trem de aterragem de um Boeing
737-800 comandados por um computador de bordo de ultima geração? A resposta é sim. Porém, o investimento e o tempo gasto para que ele dê esse salto e saiba executar
esse tipo de trabalho é muito grande. Portanto, não é interessante para um
investidor.
Grupo: Samuel D'Angelo, Elis Veiga, Danielle Lopes e Raphael Rezende.
De fato, percebe-se o interesse cada vez maior de arquitetos e urbanistas em edifícios multifuncionais. A multifuncionalidade é uma conseqüência da atual dinâmica urbana, uma vez que os edifícios devem acompanhar as demandas dos processos de adensamento e verticalização que vem ocorrendo. Temos que esta tipologia representa um novo paradigma do modo viver na cidade, cuja essência está na garantia do convívio entre funções distintas, gerando vitalidade urbana, requalificação dos espaços e, conseqüentemente, a valorização da cidade.
ResponderExcluirEdifícios multifuncionais representam uma possível alternativa para um futuro mais harmônico entre cidade, obra arquitetônica e indivíduo. Pensar em espaços que congregam diferentes funções junto a layouts diferenciados nos levam a imaginar que os "encontros" protagonizados por pessoas com diferentes objetivos e preocupações dentro do prédio resulte em um cotidiano em meio ao movimento, a surpresa e a compreensão perante ao outro. Imaginemos um edifício que abrigue um escritório administrativo, ao lado uma lanchonete onde próximo a ela exista um cartório e logo acima, no andar superior, um ginásio esportivo com um pequeno parque aquático e acima, salas de aula de nível téncico e assim por conseguinte, em todo o prédio. Como consequência dessa mistura e o movimento gerado entre "funções" o ambiente se torna menos hierarquizado, não existindo privilegiados ou excluídos. Desse modo, os edifícios multifuncionais, sendo projetados de forma racional e não regular, constituindo-se de materiais flexíveis econômicos que possam ser montados e desmontados de forma ágil e sem gerar resíduos podem atrair o mercado imobiliário e gerar uma cidade menos rígida e mais solidária e compreensível.
ResponderExcluirOs edifícios híbridos, por sua multiplicidade de usos aglutinados em um só local, pode de certa forma gerar uma solução parcial para o grande problema atual de mobilidade urbana. Ao deixar de circular pela cidade em busca de diferentes serviços espalhados geograficamente, os usuários economizam tempo, combustível e ainda desafogam o trânsito podendo satisfazer grande parte de suas necessidades em apenas um local.
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